sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Cheiro de chuva...


Tudo na vida se torna hábito, mania ou costume – do estralar os dedos enquanto se digita uma matéria de muitos toques, ao tomar um café às 4h da tarde, depois de uma ligação que não resultou em boas conquistas. E quem não é assim? Quem nunca caiu de cabeça em alguma novidade até perceber que a rotina se alcançou e que já faz aquilo com os “pés nas costas”? Quem nunca comeu algo que muito gosta dias seguidos e depois enjoou? Passou férias de papo para o ar e quanto menos fazia, menos queria fazer?
Enfim: rotinas. Umas com sabor de quero mais e outras, enfadonhas atividades que não têm mais fim. Em geral, trabalhar entra na segunda opção – por mais que ame aquilo que faz e realmente viva para aquilo, alguma hora bate a sensação de surto ou qualquer coisa do tipo. Meu trabalho é dinamismo puro e cafeína intensa: uma mistura de produção de textos, idéias, campanhas, vozes de criança, trabalhos escolares, projetos e assessorias. Tudo isso junto e misturado! Para muitos, vida de louco! Para mim – estresse, algumas vezes, e música para os ouvidos, outras.
O que é fato é que independentemente do que faça - dos objetivos e metas, amores ou paixões - tudo na vida se torna uma atividade habitual. Agora, se gera o conceito “como você vive”? Ou seja: a maneira como você leva sua vida é a forma como encara suas rotineiras ações diárias.
Nesse instante, por exemplo, tento me abstrair de qualquer problema, toque de telefone ou e-mail que chega à caixa de entrada e penso, apenas, na deliciosa sensação que é sentir o cheiro da chuva, em plena tarde de quinta-feira. Tudo isso acompanhado por uma modesta xícara. Isso não faz com que eu me sinta melhor ou pior, mas ter certeza de que a vida é além das meras relações profissionais ou cotidianas. É saber lidar, levar, começar, recomeçar e por aí vai.
O mesmo fiz ontem. Todo santo dia começa com uma corrida na esteira, alteres e mais alteres, leg-press, adutora e abdutora e por aí vai. Mas quarta-feira o dia mudou e me mostrou novas possibilidades para as primeiras horas da manhã – uma caminhada ao ar livre, diferentes ares e respiração. Um bom treino! Hoje, a rotina voltava ao normal. Coisas simplesmente mínimas, mas que fizeram a diferença na semana. Com essas e mais outras a vida se torna mais açucarada – um beijo apaixonado, um vinho num jantar sem compromisso, uma parada estratégica em um charmoso bistrô.
Disso tudo, apenas um aprendizado: acho que é hora para uma boa xícara, novamente. Não?

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Devaneios em um saboroso café: o início de uma saga de textos sem fim, nexo ou outra coisa que os valha


O título do primeiro post desse blog resume muito bem a idéia contida nesse espaço virtual. Na realidade, a inspiração inicial foi tamanha que difícil será dar continuidade ao processo. Por sinal, perdi a noção de quantas vezes eu comecei, rasurei e apaguei esse texto. Foram tantas, mas tantas vezes que cheguei a pensar que eu deveria parar no título. Ao longo do devaneio perceberá que a introdução fala por si só e que eu realmente não deveria ter escrito mais do que duas linhas. Mas, meu diploma e exercício da profissão exigem mais da minha capacidade escrita. Apenas para constar, sou jornalista. Então, como dizem os franceses – c’est la vie!
Enfim, encontrei um belo gancho para iniciar um espaço jornalístico com viés gastronômico e uma pitada literária – a França. Fonte de inspiração e momento blasé: de olhares sublimes e infinitos, pitadas em cigarrilhas, cafés espumantes e saborosos, croqui messie e creme brulee. Exatamente como no Fabuloso Destino de Amelie Poulain, o blog café-com-Letras será um cantinho íntimo, mas nada particular. Um local de música boa, aspirações e sonhos – um dia, uma dica de livro, em outro uma receita de café ou uma charmosa cafeteria. Tudo isso misturado com sensações desconexas de uma recém-formada jornalista. Prazer! Quer dizer – piacere!
Se os primeiros períodos foram construídos por meio de menções parisienses, por que não explorar também de um lado menos gélido da Europa? Itália – não só por minhas poucas influências acadêmicas, mas pelos deliciosos cafés das chaleiras. Falando em cafés vindos ou provindos da “bota” européia, eles são tão famosos que já são chamados por aí de Italian Coffee. Talvez uma forma mundial de apresentar a deliciosa bebida de cafeína dos italianos. Um néctar dos deuses!
Por fim, poderia começar a falar da Grécia. Assim, evocaria Baco, o Deus do balacobaco, só para tomar um vinho numa bela festa Dionisíaca e mostrar mais uma raiz evidente nesse blog – a bebida da uva. Mas acho que por hoje já basta. Acredito que nesse instante eu tenha conseguido transmitir as tendências desse bistrô. Ou o primeiro passo para a construção dele.
Apenas devaneios, caro leitor! Entre e sinta-se à vontade! Mas não esqueça – aqui, o café é fonte de inspiração, papo e prosa.